Vacina para jornalistas: um debate necessário

Pelo segundo ano consecutivo, o Dia do Jornalista, 7 de abril, transcorre em meio à pandemia do Coronavírus. Para além das demandas históricas vividas pela categoria, se impõe a garantia da saúde às e aos profissionais que atuam na imprensa.

Em primeiro lugar, cabe discutir a necessidade de medidas voltadas à saúde das e dos profissionais que atuam na imprensa, por parte do poder público e das empresas jornalísticas. Neste particular, um tema tem ganho dimensão: a possível prioridade na vacinação de profissionais de imprensa no Ceará contra a Covid-19, com a inclusão de categorias atuantes na imprensa do plano de vacinação estadual.

A mobilização é importante, diante das mortes que se acumulam entre jornalistas. Segundo dados do relatório da Press Emblem Campaign (PEC), divulgados pela Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), a América Latina é a região que registra mais casos de mortes de profissionais de imprensa por Covid-19. O Brasil figura como segundo país com mais mortes na região, registrando 113 mortes de jornalistas pelo Coronavírus.

Nos parlamentos, registram-se iniciativas legais em defesa dos profissionais de imprensa, sendo a principal delas o projeto de lei 711/2021, de autoria do deputado federal Hildo Rocha (MDB-MA), que prevê a inclusão no Plano Nacional de Imunização de profissionais de imprensa envolvidos diretamente na pandemia no grupo prioritário a ser imunizado. O tema também mereceu iniciativas legais na Assembleia Legislativa do Ceará e na Câmara Municipal de Fortaleza.

A inclusão de categorias no Plano Nacional de Imunização deve obedecer a critérios rígidos, em decorrência do delicado quadro de todo o Brasil no que se refere ao Coronavírus e da pequena quantidade de vacinas disponível.

É inegável que, dentre os profissionais de imprensa, efetivamente estão expostos a riscos os que atuam presencialmente nos próprios veículos, seja nas ruas, em coberturas de manifestações que gerem aglomeração e eventos similares. São estas e estes profissionais de imprensa que necessitam prioritariamente da vacinação, se comparados às e aos colegas que desenvolvem suas atividades por meio do trabalho remoto.

Por Salomão de Castro – presidente da ACI